Um roteiro para desenvolver a espiritualidade

O capelão judeu Bruce Feldstein propõe uma série de exercícios para promover o bem-estar e ficar mais perto do transcendente. No domingo, a coluna foi sobre...

Um roteiro para desenvolver a espiritualidade
Um roteiro para desenvolver a espiritualidade (Foto: Reprodução)

O capelão judeu Bruce Feldstein propõe uma série de exercícios para promover o bem-estar e ficar mais perto do transcendente. No domingo, a coluna foi sobre as dicas de Steven Crane, pesquisador do laboratório de design comportamental de Stanford, para ampliar nosso círculo social. Volto ao rico seminário “Healthy Aging 2025”, desta vez com o médico e capelão judeu Bruce Feldstein, cuja “caixa de ferramentas” tem o objetivo de desenvolver a espiritualidade e promover o bem-estar. No “caldeirão” de Feldstein, vários ingredientes se misturam: a experiência de décadas na medicina, muitas histórias da tradição judaica e episódios nos quais atuou para levar suporte emocional. Bruce Feldstein, cuja “caixa de ferramentas” tem o objetivo de desenvolver a espiritualidade e promover o bem-estar Divulgação Ele monta exercícios para aumentar a capacidade de encontrar significado e propósito, para que as pessoas se conectem com o transcendente – é o que caracteriza a espiritualidade, uma experiência pessoal que não precisa, necessariamente, da crença em algo maior. Na Universidade Stanford, dá aulas aos futuros médicos sobre o tema. A primeira lição de Feldstein a ser cumprida é você se fazer quatro perguntas ao fim de cada dia: O que me surpreendeu hoje? O que me tocou hoje? O que me inspirou hoje? A que sou agradecido/a hoje? É importante se dar tempo para pensar em cada item e escrever, mesmo que brevemente, o que lhe vem à cabeça. Depois de três semanas, releia suas anotações. Ele diz que o experimento será enriquecedor, porque ninguém imagina quantas pequenas coisas positivas nos alimentam em nossa jornada. Conforme praticamos esse estado de espírito, passamos a ser capazes de identificar os momentos que nos surpreendem, nos tocam e nos inspiram no dia a dia. A etapa seguinte é buscar uma resposta para: “onde estou agora e o que está me afetando?”. Vivemos em ritmo acelerado, no qual funcionamos no piloto automático. Por isso, Feldstein propõe um exercício semanal que também envolve quatro perguntas, que você pode se fazer quando tiver um tempo só seu – numa caminhada, por exemplo – ou entre pessoas próximas. Em que situação me encontro? Quem está envolvido? Que papel estou exercendo? O que é mais importante para mim? O terceiro passo é refletir sobre cinco esferas de relacionamento e de que forma elas estão sendo benéficas a você, para aumentar essa “sintonia”: Consigo mesmo: com seu físico, seu psicológico, suas conexões sociais e espirituais. Cuidar do corpo é fundamental para o bem-estar mental, e nunca é demais repetir: só temos esse, que não dá para trocado como se faz com um automóvel! Com alguém bem próximo: como interagimos com muita gente, a sugestão do médico é escolher a pessoa com quem mais se pode contar. Com o interlocutor que lhe garante um lugar de segurança: terapeuta, psiquiatra, conselheiro, coach, líder religioso. Com colegas com quem você compartilha uma experiência de vida, como os companheiros de trabalho. Com o transcendente, que é algo que maior do que nosso eu, mesmo que não tenha uma denominação. São aqueles momentos que não foram criados por nós, e sim que aconteceram e nos envolveram intensamente, e que podem ocorrer em qualquer lugar e em qualquer hora. Para os relacionamentos, Feldstein sugere que aprendamos a incorporar em nossas conversas quatro elementos que considera essenciais: Apreciação e gratidão: diga o quanto é grato ou aprecia determinadas qualidades do seu amigo ou interlocutor. Arrependimento e perdão: não deixe de pedir desculpas e reconhecer que errou. Amor: não economize na expressão do seu sentimento. Desejos para o futuro: compartilhe o que deseja de bom para os que estão à sua volta. Famílias recorrem à espiritualidade para enfrentar diagnósticos difíceis